terça-feira, 10 de maio de 2011

Alain Prost - parte II por Roberto Brunherotto


O ano de 1987, marca o inicio do fim da era Mclaren Tag Porsche. Mesmo fazendo inovações técnicas importantes no motor, a Porsche não consegue acompanhar a Honda nas Williams. O alternador de Prost quebrou muita correia durante a temporada, até mesmo em corridas que ele liderava, deixando ele a pé e vendo Piquet e Mansell dispararem no campeonato. A melhor lembrança de Prost em 1987 foi a quebra de um recorde histórico: o de nº de vitórias de um único piloto, que já durava 14 anos em favor de Sir Jackie Stewart, o escocês voador, 27 vitórias. No dia 20 de setembro de 1987, o mundo via batido esse recorde pelo piloto francês Alain Prost que chegava a assombrosa marca de 28 vitorias.

 28ª vitória

Mas 1987 também foi um ano em que Prost cometeu uma de suas raras estupidez ao longo de sua carreira. Foi no GP do México. Na ânsia de se manter vivo na briga pelo titulo, mesmo matematicamente, na largada bate em Piquet, fazendo o brasileiro ir para os boxes perdendo tempo e contato com o pelotão da frente e o próprio Prost ficando pelo caminho e dando adeus a qualquer chance que ainda poderia existir.

 Carona com Nelson Piquet, Alemanha 87.

1988 – Mudanças na Mclaren: sai Porsche e entra Honda, sai Johansson e entra Senna. Ai acabava o sossego de Prost, pois para o mundo ele teria que provar que era capaz de derrotar Senna de qualquer maneira, sabia que poderia fazê-lo, mantendo seu estilo de “autorama” (Prost dirige de tal maneira limpa que parece que seus carros andavam sobre trilhos, igual ao brinquedo da Estrela). Prost recebeu Senna de braços abertos demais e só ai percebeu que seu pior adversário no campeonato era seu companheiro de equipe. Apesar do resultado final do campeonato de 1988 ser favorável a Senna (campeão), Prost fez mais pontos que ele, mas a estúpida regra de descartes (regra é regra, concordou tem que aceitar) tirou-lhe o tricampeonato. Nos dois anos em que foram parceiros de equipe, Prost derrotou Senna nos pontos e na pista, sabendo se impor de maneira soberba mesmo andando atrás em 1989 em alguns GPs, por saber administrar um bom resultado. Inimigo público nº1 dos brasileiros (ainda bem que a maioria absoluta é burra, pois eu estou fora dessa maioria) Prost se desliga da Mclaren e vai para a Ferrari em 1990. Desde 1977, com a saída de Lauda da Ferrari, eu não tinha motivos para torcer pelos carros italianos. Agora em 1990, a dupla dos carros rossos prometia: Prost nº1 e Mansell nº2.

 Vida dura com Senna na McLaren, aqui em 88.

Em tempo: o GP da Itália de 1989 teve Prost como vencedor ainda de Mclaren. Ao receber o troféu de vencedor, entrega aos italianos, deixando Dennis roxo de raiva e defenestrando Prost da equipe. Mesmo assim, com todos contra, o francês foi tricampeão.

O ano de 1990 começa mal para a Farrari. Ambos os carros ficam pelo caminho na abertura do mundial, mas já no Brasil, com a estupidez de Senna ajudando (forçar a ultrapassagem no Nakagima naquele ponto só sendo estúpido, pois não havia pressão de ninguém) Prost assume a liderança da prova e vence, começando uma bela disputa pelo campeonato, que seria de Prost se o seu “companheiro de equipe” Mansell não favorecesse Senna descaradamente em alguns GPs. Prost chega no Japão com chances matemáticas reais de vencer o campeonato. Larga melhor que Senna, tem a preferência da curva, mas o brasileiro não alivia e a batida é inevitável.  Os dois carros se destroem e deixam detritos na pista. Achei que iam dar bandeira vermelha anulando a largada, não aconteceu nada disso; colocaram o safety car e continuaram a prova. Berger provou na relargada que deveriam ter anulada a largada, pois acredito que ele tenha pego alguma sobra para se desgarrar daquele jeito. A corrida e toda de Mansell, mas na troca de pneus, o trabalho da Ferrari é fantástico e o bólido e calçado com pneus novos em cerca de 4 segundos, mas Mansell é mais rápido que a equipe e quando a carro é baixado Mansell já está tracionado mas no ar, o que causa a quebra do semi-eixo ao tocar o solo e abandono, deixando Piquet com a vitória.

 Ferrari em 90.

 Suzuka 90, batida e perda do título para Senna.

Agora é pensar em 1991 com Alesi no lugar de Mansell. Mas a Ferrari não faz um bom carro e Prost perde a chance de ficar com o titulo e de ficar calado, pois ele comentou em algum GP que não me lembro de qual foi que sua Ferrari parecia um caminhão. Ele não termina o campeonato, sendo substituído por Morbidelli.

1992 não temos Prost na pista. Ele “costura” um excelente contrato com a Williams para 1993, pega a excelente FW15C Renault com suspensão ativa e eletronicamente equilibrada e vence seu 4º título, encerrando a carreira por cima e reatando uma amizade sincera com Senna. Assim como piloto, Prost se retira das pistas. Sofre muito com a morte de Senna em 1994, ameaça voltar ao testar o carro da Ligier e Mclaren mas não assina com ninguém. Assume papel de chefe e dono de equipe ao comprar a Ligier e transformando-a em Prost GP. Não obteve vitórias, mas teve em seu corpo de pilotos grandes nomes como Jean Alesi, Olivier Panis, Jarno Trulli, Luciano Burti. Infelizmente, como chefe de equipe, Prost não teve o mesmo brilho como piloto. Sua imagem jamais será manchada. Fica marcado como um dos melhores pilotos da categoria e o único que teve peito e brilho de encarar Senna de igual para igual, como mostra o comentário de Frank Williams abaixo:

“Posso ser tachado de herético, mas sempre suspeitei que Alain de fato tivesse uma habilidade maior. Digo isso lembrando que Ayrton ia mais ao limite do que Alain. Mas Alain nunca explorou o extremo tão consistentemente ou de maneira bem sucedida como Ayrton. Alain corria riscos calculados. Ayrton certamente examinava e então guiava, direto ao limite. Ayrton era todo coragem e pilotagem no carro. Apesar das muitas diferenças, eles também tinham semelhanças. Os dois eram pilotos muito cerebrais, grandes "pensadores". Mas as manifestações deste controle mental eram diferentes”

 Na Williams em 93.

 4º título!

Com certeza Prost marcou a F1 positivamente, formou na minha opinião a melhor dupla de pilotos da história na Mclaren com Niki Lauda (1984/85, culminando em 1 título para cada um).

 Bela pintura em homenagem ao francês.

Por essas afirmações de seus talentos, merece ser respeitado por todos.

Abraços.

domingo, 8 de maio de 2011

GP da Turquia – Istambul 2011


Amigos, depois de um longo período sem postar nada no Blog, cá estou. Mas agora sim, as corridas começam a passar em um horário mais civilizado.

Vettel na pole... que novidade!!! A surpresa ficou pelo belo terceiro lugar de Rosberg. Brasileiros? Puff... a velha choradeira de sempre, carro com problemas, equipe errou na tática... e assim vamos.

 Vettel e suas Asas

Na hora da corrida foi mais um passeio do alemão e suas “asas”, literalmente, essa Red Bull tem asas, tamanha facilidade em estar na frente das concorrentes. A corrida em si foi muito boa, várias ultrapassagens, chega pra lá, estratégias. Um verdadeiro show, e tem gente que fala que F1 é sem graça, sim, para quem não gosta é sem graça.

 Lá vão eles!

Eu venho batendo em uma tecla faz um tempo, talvez eu esteja ficando repetitivo, mas não dá para negar que o Kobayashi é um leão. Largou em último e chegou em décimo, isso porque teve algum problema e, no meio da prova, caiu para décimo sétimo, ou a TV não mostrou ou eu me distraí, veio se recuperando e marcou mais um pontinho. Acho que já merece lugar em uma grande. Outro dia, em comentários no Twitter, muitos pediam Vettel e Koba na Red, seria espetacular! Eu sugiro até a Ferrari, já que a Sauber corre com os motores italianos. Mas alguém vai pensar: “ah... mas e o Felipe?”, eu respondo, que vá correr na Stock junto com um monte de ex-piloto da F1. Já deu!

 Koba = show!

Falando em brasileiros, quero deixar aqui minha receita para termos pilotos brasileiros vencedores na F1: empresários, dêem chance para quem tem talento, para quem é BOM, e não para uma cambada de riquinhos mimados que brincam de ser o Senna. É simples. Vamos parar de ter uma GT Brasil com um monte de “famoso” rico brincando de pilotar carrão. Vamos criar novas categorias que proporcionem os pilotos uma escola de formação visando as categorias Européias. Mas.........

Como não posso deixar de cornetar, o Galvão, na hora do rádio, deveria ficar quieto para a podermos ouvir!! Ou ele pensa que todo mundo aqui no Brasil não sabe falar inglês!?!?!? E não concordo com a postura dele em cobrar “comando” na McLaren por deixar seus pilotos brigarem por posições. Isso é pura hipocrisia por parte desse senhor, pois bradou alto contra a Ferrari quando “prejudicou” os brasileiros e o interesse da Globo com o descrédito do público com os nossos pilotos. Já escrevi isso aqui, se a emissora trabalhasse o ESPORTE e não o pseudo PATRIOTISMO, ela teria um publico mais fiel com a F1.

 Button, no alto, e Hamilton, bela imagem, viu Galvão!

Mas nem tudo é critica hoje, como é bom ver uma corrida movimentada e cheia de alternativas. Espero que esse ano continue assim, porque, se não o ano seria dos mais monótonos do mundo! Já que o nosso fenômeno, em quatro provas, ganhou três e chegou em segundo na que não ganhou.

 Festa merecida!

Até o GP da Espanha