terça-feira, 15 de março de 2011

Alain Prost - parte I por Roberto Brunherotto


O ano de 1980 marca a estréia do piloto francês Alain Marie Pascal Prost, mais conhecido como Alain Prost, pela equipe Mclaren, utilizando ainda os motores Ford. Nesse ano de estréia, Prost teria em sua carreira a 1ª vez que ficaria atrás em pontos de seu companheiro de equipe, devido a um acidente durante a temporada que o deixou de fora de 5 provas e mesmo assim a diferença foi de 1 ponto a favor de Watson. A outra seria com Niki Lauda em, 1984 em seu retorno a Mclaren, por uma diferença de meio ponto, depois de uma passagem razoável pela Renault, sendo um dos pilotos que melhor se adaptou a era turbo. O ano de 1981 marca a estréia de Prost na Renault, onde começaria a assombrar o mundo, devido a sua incrível habilidade de conduzir um F1. Mas azares mecânicos o deixaram sem condições de levantar o tão sonhado titulo de um piloto francês, mas a compensação veio no GP da França; vitória francesa em solo francês com carro e motor francês. Esse fato em si já foi considerado um marco na carreira desse incrível piloto (para azar dele existiu um tal de Niki Lauda que eu já comentei anteriormente).

 Estréia pela Mclaren em 1980

Excluindo-se os anos de 1980 e 1991 e 1992 (80 se machucou e era estréia, 91 a Ferrari estava mal construída e milagre ele não faz e 92 ele não correu), todas as outras temporadas em que esteve nas pistas, Prost sempre foi candidato ao título, mas sempre acontecia algo que lhe tirava essa glória.

1981 – A equipe Renault não consegue anular a Brabham de Piquet, se perde em problemas mecânicos e deixa Prost a pé na última corrida.

 1981 pela Renault

1982 – A maior “humilhação” para a equipe Renault: perdeu o campeonato para a Williams de Rosberg equipada com motor Ford aspirado.

1983 – Mais uma vez, a péssima organização interna da Renault, faz Prost ficar sem o título, culminando na saída do piloto da Renault e o retorno para a Mclaren.

 1983 ainda pela Renault

1984 – Um ano fantástico, em termos de vitórias, a bordo de um dos bólidos mais fantásticos da história da F1, o famoso Mclaren MP 4/2 TAG Porsche Turbo, desenvolvido por Lauda, (7 vitórias de Prost contra 5 de seu companheiro de equipe Lauda), mas a inconstância de resultados intermediários fizeram o francês perder o título por 0,5 ponto para Lauda. (Essa diferença foi devido ao fato de que o GP de Mônaco de 1984 foi interrompido antes de serem completados 2/3 da corrida, o que significa que os pontos são contabilizados pela metade, ou seja, vitória da época contava 9 pontos e foram computados 4,5 pontos).

 1984 reestréia pela McLaren

 Dupla fantástica - 84/85

1985 – Finalmente o título. Depois de aprender a administrar uma boa posição e a passar as informações de maneira correta com o mestre Lauda, que desmotivado e azarado ficou de fora da defesa do título mas, deu um show na Austria (quebra) e Holanda (vitória), soube fazer os pontos necessários e neutralizar Alboreto e sua Ferrari 27 lendária.

 McLaren 1985

Título a vista!

1986 – Outro ano marcado pela competência fantástica do pequenino francês. A Mclaren já dava sinais de que seu reinado estava prestes a acabar, caso não houvesse uma mudança de direção técnica. O pacote Williams – Honda Turbo Piquet/Mansell tinha tudo para sair campeão. No GP da Austrália o 3º lugar bastava para Mansell ser campeão sem depender de Piquet e Prost. Para esses dois, só a vitória interessava, desde que Mansell chegasse abaixo de 4º ou de preferência não terminasse. Rosberg então companheiro de Prost na Mclaren, faz sua melhor corrida na equipe, sumindo na ponta num ritmo alucinante que nem as poderosas Williams conseguiram acompanhar. Mansell nem precisava, mas Piquet sim e, na perseguição a Rosberg, roda à frente de Prost. A situação para as Williams estava assim: Mansell em 4º e Piquet em 3º, com Prost em 2º. Era só inverter as posições das Mclaren e o francês ficaria com o bicampeonato. A Goodyear desenvolveu um composto que duraria a corrida inteira (em torno de 80 voltas a quase 45 graus de calor no asfalto). As coisas para Prost começam a dar errado: a Mclaren nº1 tem um pneu furado e é obrigada a ir aos boxes efetuar a troca (esse azar provou mais tarde ter sido pura sorte). Prost cai de 2º para 4º com Mansell em 3º e o título nas mãos. A partir daí os pneus ditaram o resultado do campeonato. Rosberg com mais de “um ano” de vantagem para Piquet, começa a ver seu pneu trazeiro esquerdo largar pedaços na pista e resolve parar para evitar um acidente, Quase que ao mesmo tempo, na grande reta, Mansell tem seu pneu trazeiro direito (se não me engano) estourado a mais de 250Km/h, demonstra uma habilidade fora do comum de controlar um carro que mais parecia um míssel desgarrado, evita qualquer acidente mais grave (chega a bater com o pneu dianteiro direito no muro já na área de escape do fim da reta quebrando a suspensão que seria nada, se levarmos em conta o que poderia ter acontecido), e passa a torcer para que Piquet e Prost não vençam, A equipe Williams, vendo o que tinha acontecido com Rosberg e Mansell, e Piquet já havia dado uma rodada, resolve chamar o brasileiro (que nessa altura da prova liderava) para uma troca de pneus. Atitude sensata para a segurança, mas deu a Prost, que estava em 2º, a chance de assumir a ponta. E assim aconteceu. Mas Piquet tinha pneus novos, enquanto Prost tinha pneus com 40 voltas ou mais. Piquet inicia uma perseguição feroz ao Mclaren nº1, mas nada pode fazer. Com cerca de 4 segundos de diferença, Prost sagra-se bicampeão de Formula 1, provando o amadurecimento como piloto, colocando em prática os ensinamentos de Lauda e comemorando mais uma conquista merecida, ainda mais valorizada pelo duelo com Piquet que também foi companheiro de equipe de Lauda em 1979 e também tinha um feeling para acertar carros, adquirido nesse período.

 Mclaren 1986

Bicampeonato! - 86

Assim, termina a 1ª parte da “saga francesa” de Prost na F1. Aguardem 1987,1988,1989,1990,1991,1993. Até.

Roberto Brunherotto