segunda-feira, 28 de junho de 2010

GP da Europa – Valência


Meus colegas, vamos ao GP da Europa, no circuito de rua de Valência.

Nos treinos a surpresa negativa foi a Mercedes, que ano difícil o dela, justo na volta do Schumacher, terá que trabalhar muito o Mr. Ross. Vettel com a Red Bull na pole não é novidade, mas as duas Williams entre os dez primeiros é.

Na corrida, uma péssima largada do Webber, caindo várias posições fazendo a sua equipe escolher uma tática de corrida diferente, mas que resultou na lambança, que vou falar a respeito depois.

 Largaram!

A vitória do Vettel foi merecida e ainda mostra que, na média entre os circuitos, a equipe das asas é a melhor. McLaren é a mais próxima, e mais constante. Ferrari, eu já considero fora, ainda mais que vemos um Alonso carregando o carro nas costas, e reparando na câmera onboard vemos o espanhol fazendo curvas, totalmente, quadradas, fora um certo desespero que “príncipe das Astúrias” vem mostrando em declarações bem ao seu estilo, ou seria melhor estilo do seu “grande” empresário?

 Vettel e sua Red Bull

Sobre o acidente do Webber com o Kovalainen, o que posso dizer? Acho que o Webber e a Red deveriam estar mais atentos ao se aproximar de uma Lotus, porque, se a diferença de velocidade é tão grande, pra que tentar pegar o vácuo? Como o homem da campanha do “cala boca” sempre tem que achar um culpado ele critica o piloto da Lotus, claro. Eu, particularmente, não acho que temos que caçar as bruxas dessa forma, acidente é acidente, ponto final. Não sei se já disse isso aqui, mas não sei o porquê dessa frescura com as novatas, primeiro que elas foram sacaneadas pela FIA (o que não é novidade ela fazer isso com alguém), e segundo que, nos anos 80, tínhamos duas categorias distintas sento a diferença até maior que a de hoje, onde tínhamos carros turbinados correndo junto aos aspirados, e o detalhe é que os carros não eram essas finurinhas que são hoje, eram carros muito robustos, para quem não lembra, procure fotos da McLaren Porsche do Prost de 85, só como exemplo.

 Webber e sua "Red Bull te da Asas..."

Outro ponto que quero levantar aqui são os problemas com safety car, as regras precisam ser revistas, não se pode deixar um carro PARADO nos boxes somente porque outros estão passando. O que é menos seguro? Sair dos boxes com os carros em velocidade de safety ou em velocidade de corrida? Nem precisamos pensar muito para responde, além de que, tem a tal da linha branca. Outra coisa, a Ferrari subiu nas tamancas por causa do safety, mas a única coisa que mudaria ali seria a presença do Hamilton a frente deles, só, não teriam a mínima chance de ganhar a corrida. Espertas foram McLaren e Williams com seus pilotos e sorte teve o Vettel por estar a frente quando o carro entrou na pista, sorte e competência. 

Quanto aos brasileiros o destaque vai TODO para Rubens Barrichello, que depois de 18 anos de F1 ainda consegue proezas difíceis de acreditar, levar sua Williams – acho o carro bom mas falta motor – ao quarto lugar, a frente de Ferrari, Renault, Force Indian, está muito de parabéns!! Já os demais, foram os demais, eu não consigo me conformar com o Massa, de Ferrari passar toda uma corrida atrás de uma Toro Roso, nem sequer ameaçar, é parece mesmo que a renovação deu aquela tranqüilizada, pena para ele. Eu fui o único que defendeu que, para ele era muito mais negócio trocar de posto com o Kubica do que ficar na Ferrari na sombra do Alonso, que sabemos, não é fácil.

 Rubens Barrichello

Para finalizar eu não poderia deixar de falar do NOME da prova, Kamui Kobayashi, mas que CORRIDASSA!! Aproveitou o acidente, não entrou nos boxes, subindo para a terceira posição. Quando todos pensavam que fosse, facilmente, superado pelo Button, eis que permaneceu quase toda a corrida a frente da McLaren. Sendo obrigado a parar para trocar os pneus, outra regra que eu acho discutível, caiu para a nona posição logo atrás do Buemi e Alonso. Tendo poucas voltas para terminar a corrida, passou Alonso de forma arrojada, e na última curva da última volta passou o Buemi da mesma forma. Simplesmente brilhante e preciso. O Koba é um piloto que merece atenção das equipes maiores, pois é um talento raro na F1. Um detalhe é que é um dos poucos, se não o único, piloto japonês que está na F1 sem que a equipe ou motor seja também japonês, logo, tem talento!

 Koba em sua Sauber BMW Ferrari

Vettel no pódio, que a TV não mostrou...


Peter Sauber e Koba, olha a felicidade do chefe.


Que venha a velha Silverstone!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Niki Lauda - Parte II por Roberto Brunherotto

Após o abandono de Lauda no GP do Japão de 1976, que deu o título a Hunt, Lauda respondeu aos repórteres que saiu por medo, pois a pista não tinha condições e foi se consolar no seu mais verdadeiro amor.

 Marlene e Niki Lauda


Corria o ano de 1977 e a Fórmula 1 ia recomeçar. O campeão a ser batido era o ingles James Hunt da Mclaren (pra mim o campeão mais sonso que a F1 teve). As Ferraris iriam alinhar com os carros nº 11 de Niki Lauda (11?) e nº 12 de Carlos Reuteman.

 Ferrari de 77 de Lauda

Lauda que eu saiba só usou número impar em seus carros quando foi campeão do mundo. Mas acredito que seja para indicar que o 1º piloto da Scuderia Ferrari era ele.
A temporada de 1977 coroaria de novo o mais completo piloto da história da Fórmula 1. Tudo parecia ter voltado a normalidade mas algo de estranho aconteceu. Não me recordo em qual GP aconteceu o fato, mas Gilles Villeneuve havia feito uma corrida pela Mclaren e despertou o interesse do comendador Enzo Ferrari e decidiu colocá-lo num terceiro carro da equipe. Lauda não concordou com isso e avisou que se a equipe fizesse isso ele não correria. Gilles disse: “pois ele que não corra”. Esse foi o fato que culminou com a saída de Lauda da Ferrari.


Levou consigo o nº 1 de campeão do mundo para a Brabham, sua nova equipe. Lauda teve a difícil tarefa de deixar o modelo BT 46 competitivo. Nessa equipe conhece John Watson, excelente pessoa e bom piloto.

 Watson e Lauda
Os dois reclamam do carro, principalmente do motor 12 cilindros da Alfa Romeo, pesado e beberrão, sempre dava problemas de ancoragem e aquecimento. Mesmo assim Lauda ganhou corridas com esse modelo e na Suécia, estréia o fantástico BT 46 B Fun Car (foto do carro acima). Diz a lenda que Bernie Eclestone, ao perceber nos treinos livres que o carro era virtualmente imbatível, pediu para Lauda e Watson NÃO acelerarem todo o potencial do carro na tomada de tempo oficial para não levantar suspeitas da possível ilegalidade do carro. E assim aconteceu. A pole foi de Andretti com o Lotus 79 carro asa. Waston e Lauda nessa ordem largaram atrás dessa Lotus, mas Watson teve problemas e ficou pelo caminho. Lauda grudou em Andretti e se segurava para não passá-lo tão facilmente. O mestre se aproveitou de uma alongada de Andretti na entrada da curva que antecede a reta dos boxes. A Lotus se apóia na zebra externa da curva e sai velozmente na reta, mas Lauda solta a trazeira da Brabham no meio da curva, corrigindo a frente fazendo a curva em metade da largura da pista, saindo mais forte e efetuando a ultrapassagem e abrindo facilmente. Parecia que Lauda dirigia o carro com as pontas dos dedos e falava com ele. O mestre mandava e o carro obedecia. Pouco depois o motor Ford da Lotus de Andretti estoura e ai ficou mais fácil ainda.
O carro realmente foi banido da F1, mas a vitória foi confirmada. Com o modelo 46 “normal”, Lauda ainda ganharia o desastrado GP da Itália que vitimou dois pilotos: Brambilla com traumatismo craniano, ainda sobreviveu, mas Ronnie Peterson morreu vitimas de embolia causada pelos ferimentos. Lauda culpa até hoje Riccardo Patrese pelo acidente e pelo que eu sei nunca mais se falaram.
O ano de 1979 começa com a mudança de piloto na Brabham: sai Watson e entra Nelson Piquet. O carro é muito ruim e deixa os dois pilotos como coadjuvantes. Lauda pega seu boné Parmalat e sai durante o GP do Canadá e vai cuidar da Lauda Air, sua companhia de aviação.


Mais uma vez meu interesse por F1 fica abalado. O mestre saiu de forma estranha, mas vivo e inteiro. Consta que Marlene nunca foi fã das corridas e isso a deixou aliviada.

 Marlene Lauda
Em 1980 conheci um tal de Alain Prost que me pareceu ser muito bom. Em 1981 ele vai para a Renault Turbo e se destaca por sua incrível habilidade. Precisava ser lapidado por um grande companheiro de equipe (deixe esse comentário acesso na memória). Parecia que minha lacuna com um ídolo seria preenchida.
Em 1982, a Mclaren anuncia sua dupla de pilotos para a temporada: John Watson carro nº 7 e Niki Lauda carro nº 8. Pronto: o mestre estava de volta.


Dizem que quem provoca o destino acaba se dando mal. Gilles Villeneuve disse que Lauda estava acabado e nem corridas ganharia. Lauda ganhou corridas no ano de sua volta e Villeneuve acabou morrendo em Zolder. Deixa profunda saudade até hoje e tenho certeza que Lauda ficou muito triste com a perda de um colega de trabalho. Mas a vida continua e Lauda ainda tinha a velha chama acesa e lenha para queimar.
Em 1983, quase todas as equipes tinham motores turbo e a Mclaren não tinha (provavelmente Ron Dennis ainda não havia achado quem lhe desse os motores na faixa). Infelizmente Lauda e Watson estavam fora de combate. No finalzinho da temporada, Lauda aparece com uma Mclaren Tag Porsche Turbo fazendo muito “barulho” e incomodando Piquet e sua Brabham BMW Turbo, que seriam campeões ao final de 1983.
Começa 1984 e a Mclaren vem com um trio imbatível: Lauda, Porsche e Prost (lembram do meu comentário acima?).
Lauda sentia que este ano era seu. O carro era fantástico, o piloto dispensa comentários e a equipe era sinônimo de eficiência.
Como era de se esperar, com carro acertado e talento de sobra, Lauda seria campeão por meio ponto em cima de Prost, que já em 1984, assimilou os mandamentos de Lauda de como acertar um carro.


Lauda chegaria em 2º no Estoril mas, depois da entrega dos troféus, Prost mudou de posição com o campeão.


1985 foi marcado por muitos azares mecânicos, acidentes estranhos (Spa deixou Lauda com um pulso luxado e de fora de duas corridas, sendo substituído por Watson e Adelaide ele bate no muro de forma estranha: Lauda erraria numa reta desse jeito ridículo? Ele não é perfeito, mas bater daquele jeito só poderia ser falha mecânica: os freios falharam; Lauda provavelmente jogou o carro no muro para evitar coisa pior ou travou o freio dianteiro esquerdo que fez o carro ir de encontro ao muro), vitória memorável em Zandvond Holanda, e anúncio da retirada em Zeltweg Austria, terra natal.
O ciclo Lauda na F1 estava completo com o tricampeonato de 1975, 1977 e 1984.
Tenho certeza absoluta que acompanhei a trajetória de uma lenda da F1, um piloto fantástico e certamente um ser humano que valia a pena ter como amigo. Prost que o diga. Piquet também. Chegou a hora do rei descansar, mas o cetro não pode ficar encostado. Lauda deixou um sucessor que impressionaria o mundo “quase” como ele: Alain Prost. Mas isso é uma outra história. 

  Mathias Lauda, filho do tricampeão

  Dupla infernal da Ferrari: Regazzoni a esquerda e Lauda a direita

Casal Lauda na noite de gala após o título de 1984.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

GP do Canadá – Montreal


Mais uma vez eu perdi os treinos, desta vez eu não posso culpar o horário por isso, mas como também sou músico, um compromisso musical não me deixou acompanhar.
A surpresa do treino foi a má colocação do Schumacher e, de certa forma, a Mercedes não teve um bom final de semana. 

 Largada!

Na corrida uma largada confusa para o Massa e o Liuzzi, sem embolaram na curva 1 e continuaram embolados até o final da curva 2, pior para o piloto da Ferrari que teve que trocar o bico e teve a corrida comprometida. Disconcordo com as declarações dele dizendo que poderia chegar entre os três primeiros, bom carro tinha, pois seu companheiro chegou, mas bater o mesmo é outra história. Parece-me que o Felipe está muito satisfeito com a renovação de contrato com a Ferrari, como garantiu a “sobrevivência” na equipe pode ter dado aquela “relaxada” e continuar andando atrás é tudo que Don Fernando Alonso quer. Tem que tomar cuidado, a não ser que seja isso mesmo que a Ferrari queira.

 Massa e Liuzzi no enrosco

De certa forma a corrida foi tranqüila para a dupla da McLaren, apenas com Alonso incomodando de início, mas do meio da prova para frente a Ferrari já não acompanhou a dupla das flechas de prata, que, literalmente, estão dois foguetes no momento do campeonato. Só faço uma ressalva que, a McLaren, nitidamente, mandou o Button segurar a onda no final da prova, o que eu não concordo. Se a equipe quiser priorizar um dos pilotos que seja o que está mais rápido e não o que está na frente, pois era evidente a melhor condição do piloto campeão de 2009.

 Hamilton, o grande vencedor do final de semana

Noto que o energético que dá asas azedou, claro que ainda é cedo para dizer que a McLaren é disparada a favorita e que a disputa estará apenas entre seus pilotos, mas sinto que a Red precisará se fortalecer, e trabalhar muito para voltar a condição de absoluta que tinha no início da temporada, em duas corridas a McLaren chegou e passou. Tem que abrir os olhos!

 Jenson Button, olho nele!

Quanto aos brasileiros, foi a corrida dos péssimos. Rubinho em péssimo quarto, Massa em péssimo quinto, Di Grassi em péssimo nono e o Bruno em pessúltimo. Foi uma corrida para os brasileiros esquecerem. Ah, e para o Schumacher também, que estratégia equivocada a dele em colocar pneus moles para o final da prova, acho que o Ross deve ter ouvido um "pouquinho" o alemão reclamando.

Mas a corrida foi muito interessante, bem movimentada com acidentes, ultrapassagens – e que bela manobra do Button para cima do Alonso – e muitas alternativas. É ótimo ver a velha pista em Montreal de volta, onde já vimos tantos gênios e suas proezas incríveis como a do Gilles Villeneuve em 81, pilotando por várias voltas com o bico tampando sua visão e chegando, sem o mesmo, em terceiro. Já no nosso Petrov aprontou tanto que conseguiu a proeza negativa de chegar atrás da Lotus do Kovalainen.

Saudoso Gilles Villeneuve, the show man!

 Festa dos vencedores! Olhem! O Ron Dennis sorri!

E até o GP da Europa em Valência!